"Milagre dos Peixes" foi um grito de resistência em plena ditadura militar. Canções como "Cadê",
"Hoje é Dia de El Rey" e "Os Escravos de Jó" tiveram suas letras censuradas, sendo gravadas apenas com vocalises - uma poderosa forma de protesto que ressoa até hoje. "Escravos de Jó", inclusive, transformou-se em "Caxangá", uma das joias do repertório de Milton, eternizada na voz de Elis Regina.
A atmosfera desses trabalhos é descrita por Jaques Morelenbaum como
"uma das grandes emoções dos últimos tempos".
Nelson Ângelo, coautor de "Sacramento" com Milton Nascimento, elogia a interpretação da canção:
"A interpretação mais bonita que ouvi! A introspecção, o retenue, muito bem encaixado e sem dúvidas."
Com direção de Beto Lopes (guitarra e vocais) e Christiano Caldas (teclados) e mais um time de três músicos talentosos de Belo Horizonte, formado por Lincoln Cheib (bateria), Tatta Spalla (violão e vocais) e Eneias Xavier (contrabaixo), que fizeram parte da banda de Milton Nascimento,
Margareth Reali traz à tona a fusão única de elementos do erudito, jazz, da música regional
mineira e do rock progressivo que caracterizam "Milagre dos Peixes".
O repertório dos shows inclui clássicos como "Bodas" (Milton Nascimento e Ruy Guerra), "Caxangá"
(de Milton Nascimento e Fernando Brant) e "Sacramento" (Nelson Ângelo e Milton Nascimento),
além de outras canções de Milton que se destacaram nos dois álbuns.
Esta celebração é uma oportunidade imperdível para o público mergulhar na genialidade e na coragem de Milton Nascimento, enquanto testemunha a sensibilidade e a potência da interpretação feminina, que confere uma nova dimensão a um capítulo essencial da nossa memória musical.
Como convidados especiais, Jaques Morelenbaum (violoncelo) é o mais presente nos espetáculos,
mas também temos Wilson Lopes, Tulio Mourão, Wagner Tiso e o grupo Som Imaginário.